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Crónicas do Novo Mundo

Depois de séculos de escuridão, os sobreviventes da grande catástrofe emergem das Arcas de Vida, gerações e gerações depois os humanos voltam a caminhar na terra, que se abram as portas do novo mundo!

Crónicas do Novo Mundo

Depois de séculos de escuridão, os sobreviventes da grande catástrofe emergem das Arcas de Vida, gerações e gerações depois os humanos voltam a caminhar na terra, que se abram as portas do novo mundo!

O Concilio dos Deuses PT V

Fevereiro 17, 2017

Pinheirinho

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Chamados a uma enorme sala, ao fim da primeira semana, onde aproveitaram para se ambientar e se conhecerem melhor, alguns reclamaram pelos números recebidos, outros fizeram uma enorme festa, outros reclamaram das vestes, outros apaixonaram-se, outros ficaram com medo de amar, outros descobriram outras pessoas e pessoas com quem falar.

Pode parecer estranho mas daqueles 101 ao fim de uma semana ninguém quis desistir, leram nos livros que tinham na cabeceira da cama as regras, o que implicava ser um ou outro, ou nada, apesar de alguns o temerem, em conversas uns com os outros todos quiseram ficar.

 

Quando transmitiram essa informação ao criador, ele sorriu e entre esse mesmo sorriso disse, “Então amanhã começamos, ao fim do primeiro ciclo de testes iremos ter uma avaliação e assim sucessivamente até ter o que procuro, boa sorte a todos!”

 

Nos dias que se seguiram passaram horas fechados numa sala completamente branca, sem janelas, apenas secretárias brancas, cadeiras brancas, até o quadro na parede era branco, eram-lhes dados teste em que apenas tinham de escolher 1 de 2 objectos, sendo que o teriam de fazer de modo instintivo, mais do que 3 segundos na escolha e já não podiam escolher.

Outras vezes aparecia apenas a imagem do criador, que lhes falava durante horas sobre os assuntos do universo, alguns acabavam por adormecer, outros tentavam interromper para questionar, algo que se tornava impossível.

Comer, dormir, aulas, comer, aulas, comer, dormir e repete, dias e mais dias e mais dias, ao fim do que lhes pareceu mais de um ano, o Criador os chamou à sala de controlo para onde no inicio tinham sido transportados.

- Olá, há muito que não vos via, quanto tempo foi, um mês? Dois? Perdi a conta.

- Bom, isso não importa nada, já tenho o resultado dos vossos primeiros testes, parecem idiotas eu sei, que escolher entre uma uva e uma laranja? Decisão difícil, mas podem ter a certeza que é muito importante para conhecer a fundo o vosso carácter humano.

- Posto isto, passemos aos resultados, sempre que eu chamar um dos vossos números, por favor desloquem-se para o lado direito da sala.

- Irei chamar não por notas, mas por ordem numérica, do 1 ao 11, do 17 ao 54, do 60 ao 65, 68, 71, do 73 ao 90, 94 ao 101.

- Aos restantes os meus parabéns, foram os melhores deste primeiro Ciclo.

- E qual de nós foi o melhor? – Perguntou o 66.

- Isso é irrelevante, também não direi quem foi o pior, sabem que este primeiro ciclo incluía apenas a parte psicológica de cada um, posso por exemplo dar-te um pequeno exemplo, em alguns casos a resposta certa era não escolher nada, nesses casos dei como tempo mais do que os 3 segundos, para ter a certeza que seriam feitas as escolhas certas e não por tempo, sabem quantos responderam a essas certas? Quem está aqui à minha esquerda, está aqui alguém que nunca conseguiu escolher nenhum dos objectos.

Todos riram, o 8 deu um passo em frente e disse.

- Como posso eu escolher entre uma coisa e outra? A maioria das coisas nunca tinha visto na vida, podiam ter vidas, o que aconteceria aquele que não escolho, seria extinto? O quê? Não posso escolher uma de duas, ou escolho as duas ou nenhuma!

A sala encheu-se de um riso cada vez mais estridente, a jovem corou e baixou a cabeça de vergonha, o criador colocou-lhe o dedo debaixo do queixo e fe-la olhar para ele.

Deixa-os rir 8 foi a melhor coisa que já ouvi, tens toda a razão, há coisas pelas quais não podemos escolher uma em função de outra, tudo tem um equilíbrio.

- Agora terão uma semana de férias antes de começar o segundo ciclo, façam o que quiserem explorem o planeta, sim, estamos num planeta, já conhecem os nossos jardins?

Dito isto abriram-se duas gigantescas portas mesmo atrás deles que davam para um jardim que ia até à linha do horizonte.

 

O criador olhou-os enquanto saiam a ultima foi a 8 que ia mais devagar e cabisbaixa.

- Aida? – Chamou o criador.

- Sim mestre! – Respondeu a 8, voltando-se para trás rodando os seus longos cabelos vermelhos.

- Parece que fiz bem em ficar contigo aqui, podes ser a mais nova de todos, mas gosto da tua pureza, nunca a percas!

- Não mestre, na nossa cidade fomos ensinados a amar todas as espécies, tudo o que a terra nos dava, apesar do pouco que tínhamos, dividíamos com todos, pode ser pouco, mas tinha de dar para todos.

- Eu sei Aida, agora vai, boa sorte para o próximo ciclo!

 

A jovem saiu da sala transpondo as enormes portas que se fecharam atrás dela, o criador ficou a sorrir e pensou em voz alta.

“Afinal ainda há esperança para a raça humana, talvez me tenha precipitado um pouco, mas também quem é que adivinhava que iriam por a Lua oca à frente do cometa!”

“Tem razão senhor, quem é que podia suspeitar de uma coisa dessas”

“Cala-te escriba, estás aqui para relatar, não para te intrometeres nos meus pensamentos”

“desculpe senhor, mas eu avisei na altura, não me quis ouvir”

“Ouvi sim escriba, tanto ouvi que reduzi a velocidade do cometa se não a catástrofe seria ainda maior, ele devia ter batido no meu do atlântico, iria activar a linha vulcânica e apesar dos tremores de terra e da subida do mar iria penas criar uma noite de cinza vulcânica como fiz para os dinossauros, mas a vida continuava, humanos burros”

“Desculpe senhor, mas até achei inteligente usar a lua como escudo, infelizmente estava oca, se não, teria de enviar outro”

“Isso seria impossível, afinal de contas se chocasse com a lua sem ela estar Oca, ela aproximar-se-ia o suficiente da Terra, para que as forças de atracção fizessem com que a terra atrai-se a lua, levando ao desaparecimento da terra e da Lua, mas não falemos mais nisso, vai fazer o teu trabalho! Atenção aqueles dois a 13 e o 66”

 

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