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Crónicas do Novo Mundo

Depois de séculos de escuridão, os sobreviventes da grande catástrofe emergem das Arcas de Vida, gerações e gerações depois os humanos voltam a caminhar na terra, que se abram as portas do novo mundo!

Crónicas do Novo Mundo

Depois de séculos de escuridão, os sobreviventes da grande catástrofe emergem das Arcas de Vida, gerações e gerações depois os humanos voltam a caminhar na terra, que se abram as portas do novo mundo!

O Concilio dos Deuses Parte IV

Fevereiro 10, 2017

Pinheirinho

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O Criador olhou o planeta, percorreu o seu exterior, depois o interior, sorriu ao ver que o povo Marciano já não eram apenas humanoides peludos, a gigante caverna era agora uma de muitas, criadas por eles, evoluíram ao ponto de que o interior já era pequeno de mais, mas ainda não podiam sair para o exterior.

O criador sorriu uma vez mais, desta vez enquanto desactivava as muitas ogivas que podiam destruir o planeta, activando todas ao mesmo tempo e disparando-as contra o Sol, depois num ato único e belo, elevou à superfície uma grande rocha de Gelo, Gelo puro escondido no pólo Norte, derretendo agora preenchendo o leito do Rio, apenas um pequeno ribeiro depressa será maior, depressa fará um oceano, como já existira antes.

Percorreu de novo as grutas onde um jovem era carregado em ombros, festejavam, achavam que tinha sido aquele jovem a livra-los do perigo eminente.

 

Afastou-se de Marte, não sem antes descarregar toda a informação do Escriba divino em Marte e o rejuvenescer, pois neste momento era o único por lá, agora o tempo fará o resto, que não caiam no mesmo erro, e aproximou-se da terra em convulsões, aqui o trabalho era muito, havia muito para fazer, percorreu mais uma vez a terra com o olhar, existia matéria prima suficiente na terra para usar, desta vez quis fazer diferente do que tinha feito antes, desta vez iria dar forma aos Deuses, ainda não sabia ao certo quantos, continuou a percorrer a terra em busca de pessoas Puras, pessoas limpas de ódios ou maldades, sempre que encontravam um trazia-o para perto de si, vasculhou e vasculhou, por todas as espécies, de todos os sítios, de todas as formas, “Chega!” disse para si mesmo em voz alta, olhou para trás e contou 113, 113 pessoas, a maioria jovens ainda, talvez mesmo demasiado novos para o que queria fazer, devolveu mais uns quantos e voltou a contar, 101, será com estes então que ficarei.

Antes de começar, puxou para trás a Lua, afastando-a da terra o suficiente para as convulsões pararem, pararam os tremores de terra, os vulcões expeliram a ultima lava, a terra acalmou, assim como em Marte, o tempo fará o resto.

Agora estes 101, agora começa a 7ª experiência, vamos ver se estes 101 são matéria suficiente para criar aqui um grupo de Deuses, que trabalhem entre si, que sejam um só na resolução dos problemas, que sejam unidos e percebam que cada um tem o seu papel, o seu lugar, não quero mais falhas como nos anteriores, ou resulta desta vez, ou voltaremos a ter que começar de novo e este planeta já começou de novo vezes de mais.

 

- Sejam bem vindos à minha casa, eu sou o Criador, a minha função é zelar pelo espaço, os seus planetas e os seus seres, e a terra estava a precisar de um limpeza, infelizmente a raça humana e a sua ganancia, fizeram com que uma coisa simples se tornasse, quase, no fim do mundo. – Disse o criador para os presentes assim que rodou a cadeira voltando-se para eles.

Os jovens e menos jovens ficaram a ilhar espantados para aquele enorme ser, a forma era quase a de um humano, nas a pele era transparente, mas em vez de veias, esqueleto e músculos, viam-se linhas de um roxo florescente e pequenas luzes amarelas que desciam e subiam a uma enorme velocidade, os olhos eram fundos e a face fina sobre um pescoço comprido e quase sem nariz ou orelhas, a tapar a face uma enorme e branca barba que chegava até meio do peito, os cabelos eram brancos como a barba e compridos caindo ao longo das costas, a enorme secretária onde se sentava impedia-os de ver mais, mas pelo tamanho da cabeça e mãos devia de medir mais de 4 ou 5 metros de altura.

- Aqui irei ensinar-vos como ser um deus, os melhores serão escolhidos para esse fim, os outros passarão a escribas divinos, seres etéreos, com a capacidade de viajarem no tempo para trás e para a frente, com a função de relatar tudo o que seja relevante, caso eu necessite, quem não quiser nem uma coisa nem outra que o diga!

Os 101 ficaram imóveis, só a olhar para aquele ser enorme, vidrados nele como que hipnotizados.

- Está bem, terão uma semana para responder, desçam este corredor e cada um entre numa porta, a porta que escolhem será o vosso numero, apesar das portas não estarem marcadas, apenas serão marcadas depois de todas as portas fechadas, não quero os vossos nomes, não para já, pois de hoje em diante serão conhecidos pelo vosso numero, Agora vá saiam da minha frente e descansem, terão comida e roupa para vestir nos quartos.

Logo de seguida o Criador levantou-se, era bem maior do que esperavam, ninguém arredou pé, continuavam estáticos a olhar, devia de ter uns 10 metros de altura.

- Vão! Do que é que estão à espera? – disse o Criador indicando com a mão o corredor.

Começaram a levantar-se a medo e lá foram entrando no corredor.

O Concilio dos Deuses PT III

Fevereiro 07, 2017

Pinheirinho

 

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A perfuração começou, o solo era mais rijo ali do que onde perfuravam anteriormente, para se fazer um simples túnel na diagonal, foram precisos dias, mais propriamente 8, até que a broca chegou ao túnel, festejou-se por toda a planície de Marte, finalmente algo de bom acontecera, depois da catástrofe na terra os únicos sobreviventes da humanidade podiam encontrar ali, talvez a salvação da espécie humana.

Os cientistas foram rápidos a enviar uma sonda, seguiam pelos ecrãs, desceu a diagonal, chegou ao Túnel e começou a descer e descer e descer, no exterior foram horas de espera, até que o pequeno veiculo chegou a um ponto em que não podia passar mais, tinha a forma de um cone e tapava todo o túnel, um dos cientistas, decidiu porque não se usava o maçarico instalado no veiculo para abrir um buraco, os outros concordaram, até porque iria demorar muito tempo para encontrar uma solução para passar aquele obstáculo.

A sonda começou a perfurar o objecto cónico, a solda de Lunar cortou a chapa como se fosse manteiga, simples e rápido, a sonda retirou a pequena chapa e os cientistas ficaram pálidos, olhavam uns para os outros sem saber o que fazer, não sabiam o que fariam agora, foi o silêncio total.

- Que fumo é aquele Pai! – gritou uma criança a olhar para o fumo que saía do buraco anteriormente escavado.

- Deve ser da Sonda, deve ter encontrado algo.. – Respondeu o pai segurando-a ao colo e apertando-a contra o seu peito.

- Cada vez sai mais fumo, que se passa lá em baixo? – Gritou um dos humanos ao olhar para os cientistas, quietos, imóveis nas suas cadeiras.

O fumo não parava de sair do buraco, era cada vez mais, a gigantesca pedra levantou, um dos cientistas começou a correr, outros seguiram-no, os humanos que olhavam o que se passava olharam para as televisões que emitiam as imagens da sonda.

- Cabrões, nem avisam, CORRAM!!!!! – Gritou o pai da criança, ainda com ela ao colo que começou a correr em direcção à bolha central.

- É uma bomba, é uma bomba, corram, é uma bomba!- Gritava outro.

Correram para todos os lados, passado segundos aquela bomba enorme sai de dentro do túnel e a porta no chão fechou-se, poucos metros depois de subir, virou e caiu a pique, ali mesmo.

Ao explodir, soltou uma onda de choque de tal intensidade que tudo o que estava à superfície de Marte virou pó, nem um único vestígio da raça humana, pó, simplesmente pó, foi tudo o que sobrou.”

O criador olhou para o testo que acabava ali, reparou mais a baixo uma nota do escriba divino.

“A minha missão acaba aqui, à superfície estava um outro escriba, era branco como tudo, magro e disforme, os braços eram maiores que o tronco, as pernas eram encurvadas, parecia ter mais anos do que aqueles para o qual teria direito.

Olhou para mim e disse.

- Desculpa, mas foi inevitável, aquela vossa criação activou uma das bombas hidrogénio, se explodisse no interior teria destruído o planeta, tivemos de o disparar.

- Supostamente, não existiria vida em Marte, como é que ainda aqui estás?

- A vida acabou em Marte, mas apenas à superfície, a guerra entra as super-potências destruiu o nosso planeta, viste o que esta bomba fez? Imagina agora mil a serem disparadas, felizmente, depois de tudo desaparecer, descobri que existia vida, que o criador desconhecia e ainda desconhece, dão pelo nome de Borggers que em língua marciana quer dizer Toupeiras, eram simples animais, que encontraram uma grande caverna no interior do planeta, tem uma luz natural que não é mais umas pequenas lagartas que vivem no tecto da caverna, onde a humidade acumula, essa humidade escoa para um grande lago interior, tem vegetação em abundância, viveram sempre lá, milénios e milénios, evoluindo, quiseram explorar o exterior, mas o que encontraram foi guerra e caos, o mundo exterior autodestrui-se, voltaram para o seu interior e não mais voltaram a sair, tentaram desarmar todas as ogivas, mas não sabiam como, então criaram um sistema de limpeza das mesmas pois perceberam que humidade cria corrosão, dessa forma já foram obrigados a disparar quatro antes que explodissem no interior do planeta o que destruiria o seu mundo. Desculpa.

- Não tens de o fazer, o humano é curioso por natureza, irei acabar os meus relatos e esperar uma nova missão.

Parti dessa forma de Marte, não sem antes explorar aquele mundo novo, humanoides disformes e peludos, viviam da terra, evoluíam a cada dia, daqui a uns quantos milhares de anos sairão do interior e repovoarão o planeta, afinal ainda há esperança para todo este caos, este povo não sobreviveria se o povo dominante do exterior ainda fosse vivo.”

O Concilio dos Deuses PT II

Fevereiro 03, 2017

Pinheirinho

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- Aqui mesmo! – Exclamou o Criador.

“Era o ano de 3024 da escala solar, os humanos já habitavam Marte à 5 anos, quando o jovem Alfonse, encontrou uma porta secreta na rocha, andava a brincar com o seu irmão Albert, quando por acidente descobriu enterrada debaixo de uma camada de areia uma porta de pedra, tinha uns símbolos estranhos e um boneco que parecia um anão, começaram os dois a escavar até revelarem a porta por inteiro, ficaram idiotas a olhar para a mesma, uma porta que levava para dentro do chão. Correram ambos até casa e avisaram os anciões da sua tribo.

- Pai, mãe, encontramos uma porta!

- O que faziam lá fora? Não sabem dos perigos que vos esperam lá fora?

- Sabemos mãe, mas encontramos uma porta, bem junto à Bolha 1.

- Aquela rocha feia e disforme?

- Sim pai, essa mesmo! Não é uma rocha é uma porta, com desenhos e tudo.

- Deve de ser aquilo que os nossos cientistas nunca encontraram, a razão pela qual o povo Marciano desapareceu. Vem esposa, vamos avisa-los!

Anciões e crianças correram de casa em casa batendo a todas as portas até chegarem a uma casa maior, quando chegaram várias pessoas os seguiam e o Homem gritou.

- Encontramos o que procuram!

Dois homens vieram a correr até à janela e olharam para a turba de pessoas.

- Os meus miúdos encontraram uma porta no chão junto à Bolha 1.

- Impossível, revistamos toda essa zona, não encontramos nada! – Gritaram os homens da janela.

- Revistaram mal, venham connosco, os miúdos mostram onde está!

Os homens saíram da janela, demoraram um bocado a chegar cá a baixo, traziam umas grandes malas que colocaram num dos carros estacionados à porta e com um gesto de mão indicaram aos miúdos para mostrar o caminho, todos correram atrás dos miúdos, saíram dos limites da cidade, passaram a primeira porta de controlo, colocaram os respiradouros e saíram para o exterior, caminharam até à Bolha 1, uma bolha de vidro enorme onde no seu interior estavam as árvores de fruto.

Seguiram mais uns 100 passos mais ou menos até uma rocha disforme no chão.

Os homens saíram do carro com as suas grandes malas e ficaram estupefactos a olhar para a pedra, continha caracteres estranhos e formas humanoides, o primeiro vestígio de vida inteligente em Marte, colocaram a grande mala no topo da pedra, abriram-na e ligaram-na, a máquina no seu interior tirava fotos em profundidade

Emitindo sons e impulsos magnéticos, os homens que operavam a máquina estavam boquiabertos, existia um túnel, por debaixo daquela porta que ao que tudo indicava pelas leituras teria mais de 2 quilómetros de profundidade, mais porque a máquina não conseguia ver mais do que isso, era apenas aquele buraco, tudo o resto era terra até esses 2 quilómetros.

Pegaram nuns comunicadores que traziam com eles e pediram reforços, grande máquinas perfuradoras, usadas para extracção de minerais essenciais às experiências que faziam no cultivo de plantas e árvores de fruto, mas as máquinas eram lentas e estavam longe, pelo que mais depressa se montaram tendas e novas bolhas à volta e sobre aquele enorme achado, homens corriam por todo o lado, limpavam a porta, procuravam um sentido para os escritos, para as figuras humanoides.

Enquanto se faziam testes atrás de testes, fotografavam a pedra, limpavam, perfuravam até, mas a pedra já partira três brocas de ponta de diamante, os humanos estavam a desesperar, até que a solução chegou, as gigantes máquinas tinham as suas gruas bem por cima da pedra, foram horas a tentar move-las, mas a pedra não mexia, até que um dos cientistas decidiu fazer amais básica das coisas, perfurar na diagonal até ao túnel, passando por debaixo da gigante pedra.

O Concilio dos Deuses PT I

Fevereiro 01, 2017

Pinheirinho

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A terra era há muitos anos uma esfera disforme, uma lua partida ameaçava a sua estrutura, constantes terremotos e erupções na terra em convulsões constantes, olhando-a do espaço era apenas uma bola cinzenta, num manto negro, o criador olhava para ela, sabendo que se nada fizesse a vida não sobrevivia nem mais um dia.

Nunca pensou que um pequeno cometa fizesse um dano tão grande, no máximo iria apenas chocar com a terra, uma parte seria destruída sim, mas como fizera com os dinossauros milénios antes, a terra sobreviveria e ficaria limpa de todo o lixo que aos poucos a destruía, mas que parvoíce aquela de colocar a lua em rota de colisão, que parvoíce aquela que fez com que a ganância humana transformassem a lua num escudo oco, sem vida, que sobreviventes teria a terra, pequenos animais claro, necrófagos sobreviventes de outras catástrofes, animais resilientes e sobreviventes por natureza, como lobos, raposas, toupeiras, coelhos e furões e tantos outros mais, mas, por quanto tempo, da outra vez a nuvem de fumo e enxofre durou o suficiente para que os maiores animais morressem à fome e sufocados com a escassez de oxigénio, os outros evoluíram para se adaptar ao ambiente, mas a terra já está assim à mais de 1000 anos, era muito tempo, tempo demais.

O Criador olhou a terra em busca de vida, encontrou várias cidades de humanos protegidas de todo aquele caos, fechados como que dentro de uma bolha, com a sua própria atmosfera, luzes a imitar o sol, vegetação, hortas e árvores de fruto, animais domésticos e outros de criação, bom pensou ele, nem tudo desapareceu, encontrou várias cidades dessas, limpas, livres do caos exterior, outras, nem por isso, outras ficaram em falhas sísmicas, o exterior, contaminou o interior, matou a vegetação e envenenou o ar que respiram, outras ficaram inundadas, outras … não, não, isto não é a raça humana! – Pensou o criador ao ver que numa das bolsas de vida, as pessoas passaram a canibais, mataram e comeram outros sobreviventes, o ar contaminado, fez com que alguns se mutilassem, não tinham narizes nem orelhas, era uma visão feia da humanidade, infelizmente não era a única.

Feio de mais de ver, mas tinha de ser, fora obra sua ter enviado aquele meteorito contra a terra, era algo que tinha de ser feito ou o próprio planeta morreria e sem forma de se regenerar, esta era a única forma, mas agora teria de por mãos à obra, iria fazer como fez das outras vezes, seriam escolhidos 100, iriam ser treinados e testados até ficarem os melhores, os mais puros, os mais perfeitos, dentro da característica de cada um irá ser atribuído o seu destino, mas primeiro à outras coisas a fazer.

 

O Criador dirigiu-se às bases de Marte, para ver como a raça humana sobreviveu no planeta vermelho, um deserto que os humanos quiseram transformar num planeta verde, Marte era um planeta como a terra, ai o Criador não interveio, deixou que o planeta seguisse a sua evolução normal, mas a ganancia destruiu o planeta, secando-o de todos os seus recursos, de tal forma que toda a raça marciana desapareceu não sobrando nenhuma réstia ou essência do seu povo, não à superfície, a evolução e a seca e os ventos solares atiraram os sobreviventes cada vez mais para o seu interior, era nas profundezas de Marte que os últimos marcianos viviam, onde havia água e vegetação, mas as entradas haviam sido seladas à muitos milénios, eram prisioneiros da sua ganância.

 

O Criador procurou e nada encontrou em marte, à superfície não haviam ninguém, nem os vaivéns espaciais lá estavam, procurou-os nos planetas mais próximos e nada encontrou, decidiu desfolhar o tempo para saber o que aconteceu, abriu a galeria do tempo e foi ler os escritos dos escribas divinos.

O Povo da Águia PT IV

Janeiro 30, 2017

Pinheirinho

 

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- Isto não pode ser, não pode, o nosso povo nunca foi de ficar entre muralhas! – gritou o velho Andernot por detrás das suas enormes barbas.

- Sair Agora seria o nosso fim, mas vocês não pensam? Parem de usar apenas os músculos e usem a cabeça para pensar! – gritou em resposta o general Erdinger.

- Concordo, não podemos sair assim enfrentar um inimigo assim só porque ele nos chama, mas somos o quê afinal, crianças? – gritou Malvai, ao levantar-se esmurrando com força a mesa levando muitos do concelho a acenar com a cabeça em concordância.

- Do que é que nos serve ficar aqui afinal? Cobardes a esconderem-se entre muralhas? O Vosso pai já estaria lá fora a mostrar a esses amadores o que é um Homem do Ninho! – Gritou novamente Andernot atirando perdigotos para cima de todos.

- Sim o meu pai ou o meu avô já estariam lá fora, mas também foram eles que perderam o desfiladeiro e o vale das Almas. Eu disse-vos que no inicio da construção devíamos de ter atacado, mas vocês aconselharam que não, que não se devia atacar construtores e homens desarmados, pois bem, não o fizemos e agora vejam o tamanho do exercito deles, é verdade que cada um de nós vale 50 deles, mas não é por isso que vamos sair daqui e combater o inimigo no terreno deles, deixem-nos vir até aqui, assim que chegarem à planície sairemos de entre as muralhas e os combateremos no nosso campo, e ai sim, mostraremos a nossa força. – Gritou o Rei Eric, muitos lhe acenaram com a cabeça, ouvindo-se pela sala palavras como “Isso mesmo”, “Vamos a eles”, “Não valem o ar que respiram”.

- As minhas desculpas meu Rei, mas não devíamos de ser tão ingénuos a esse ponto, nenhum exercito alguma vez passará estas muralhas, são intransponíveis, dentro das nossas muralhas acabaremos com a raça deles! – Disse Erdinger de forma ponderada.

- Tu és é um maricas, um falso General, sabes em quantas batalhas já entrei? Mais de 20 e ainda aqui estou, sempre combatendo cara a cara com os vermes de Edervast, alguma vez me escondi? Nunca!! – Gritou uma vez mais Andernot.

- Não é medo, seu artolas, é pensar nos nosso povo, olha à tua volta camelo, somos cada vez menos, a nossa mania das grandezas de sermos os melhores guerreiros da terra, está a acabar, o Exercito de Edervast é 10 vezes superior ao nosso e isso só o que vemos, somos uma formiga no seu caminho se saímos lá para fora, iremos condenar o nosso povo à extinção! – Gritava agora Erdinger, enquanto Andernot se espumava de raiva e dois homens ao seu lado o agarravam.

- Chega, o Rei decidiu está decidido, iremos enfrentá-los em campo aberto, mas primeiro esperem que eles venham até cá, quero ver a coragem deles para chegar até nós, até às nossas muralhas e ai sairemos e iremos enfrentá-los e não quero mais conversas! – Falou o Rei Eric enquanto se levantava e saía da sala, deixando todos a falar sozinhos.

- Que arrogância, será o nosso fim!

- Que é que disseste maricas! – Gritou Andernot  para Erdinger enquanto lhe tentava esmurrar a cara.

- Senhores, onde está o Rei! – Gritou um guarda da muralha ao entrar na Sala de rompante.

- Que se passa jovem? O Rei Saiu, mas podes dizer! – disse o concelheiro Invall.

- Senhores está uma Criança a atravessar a planície de Sangue na nossa direção, parece ser nossa, senhores!

- O quê? Que é que faz uma criança lá fora, se é nossa porque é que não usa os tuneis? – Gritou Andernot!

- Deixai-a entrar e tragam-na até nós, vamos ver o que ela quer, pode trazer uma mensagem, aqueles Edervastianos são muito estranhos. – disse Invall.

____

 

Donny esperou a chegada da noite, os homens de Edervast, revezavam uma vez mais na frente, Donny reparou que a cada hora que passava, os homens da frente recuavam e outros de trás tomavam as suas posições, avançando depois um passo e cravavam o escudo no chão ao mesmo tempo que gritavam um estrondoso “OH!”, foi numa das revezas que Donny aproveitou para sair da sua toca, descendo rapidamente pelo pequeno desfiladeiro no meio da vegetação, esgueirou-se por trás de uma das casernas de vigia onde cerca de cinco homens se escondiam, sorrateiramente, passou, esgueirando-se depois por entre a vegetação, descendo pelas laterais em busca da entrada para o túnel.

Ao chegar perto viu que os homens de Edervast aguardavam em frente aos mesmos, tinham estado a bloqueá-los com pedras e lanças, quem tentasse sair por ali seria morto, Donny correi para um dos respiradouros do túnel, mas até ai estavam homens de vigia, decidiu então correr o maior dos riscos, teria de atravessar a planície, correu então de rocha em rocha tentando esconder-se o mais possível, assim que acabassem as rochas teria de correr quase mil passos até à primeira torre, sabia que tinha de ter algum avança não fossem os espiões de Edervast estarem perto, sentiu-se seguro quando chegou à ultima rocha, não via nenhum homem nas proximidades, olhou uma vez mais e saiu a correr que nem um doido, ouviu ao longe um, “atrás dele, não o deixem fugir”, “é só uma criança, os vigias da torre não o deixarão com vida”.

E Donny correu como um doido!

 

O Povo da Águia PT III

Janeiro 27, 2017

Pinheirinho

 

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Donny manteve-se o mais quieto e calado possível, estava rodeado de homens de verde, quase invisíveis na vegetação, estava bloqueado e dali não podia sair, teria de esperar que a noite caísse, mas não acreditava que os tropas perfilados no Vale das Lamas dormisse ali, passaram-se duas horas e ninguém se moveu, ficaram apenas imoveis, os que caminhavam por entre a vegetação tinham enviado cerca de metade dos homens para a boca do desfiladeiro para verem as movimentações, Donny apenas os via a correr de um lado para o outro, uns agitavam bandeiras verdes outros agitavam amarelas.

Ouviu-se um grande estrondo, Donny soltou um grito com o susto, felizmente ninguém o ouviu, os batalhões perfilados deram todos um passo ao mesmo tempo cravando de seguida os escudos no chão, mais bandeiras amarelas e verdes a serem agitadas, outro passo, ainda mais barulhento que o anterior. E novamente bandeiras amarelas e verdes a serem agitadas.

Donny pensou nas aulas de táticas de guerra, as suas favoritas com o Mestre Ariannor, até hoje em todas as batalhas contra os Reis de Edervast, as bestas Lupinos, ou os exércitos de mortos vivos do deus Kaskade, nunca o povo da Águia perdeu uma batalha, costuma sair de encontro ao seu inimigo, ali mesmo no Vale das Almas e ali, combate-los frente a frente em terreno aberto, mas há muito que o Mestre Ariannor lhe tida dito que desde a tomada do desfiladeiro Trunn, que os as ordens são outras, deixaram de os enfrentar no vale das almas, agora se querem combater que venham até à planície de Sangue onde a enorme muralha se ergue.

Donny apesar de ter apenas 7 anos e lhe faltar 1 ano para viajar para o Circulo da floresta, sabe que os Reis de Edervast não cairão nessa cilada, conhecem as histórias sobre o Ninho, há quem diga que até conhecem a arquitetura dos mesmos, sabem os seus pontos fracos e fortes e conhecem o sistema de tuneis, dai os homens com as bandeiras, deve ser a forma que arranjaram para ver quando os espiões saem para ver o que se passa, os homens não comunicam, depois todo aquele barulho, de certeza que é isso, estão a estudar de onde saem os homens, por esta altura o Rei Eric já deve ter mandado fechar as entradas para os tuneis, ou então prepara-se para sair de entre a proteção da muralha e vir lutar contra o inimigo em campo aberto.

As horas passavam-se, a sua mãe já devia de estar preocupada, tinha fome e sede, mas tinha medo de se mexer, seria visto e facilmente capturado e a noite nunca mais vinha, teria de usar o túnel externo o mini túnel que servia de respiradouro que a sua mãe um dia lhe mostrou, mas não estava fácil, a cada 5 minutos davam um passo firme e forte, ecoando por todo o vale, ao longe ouviu o som de um corno, este era o som de aviso aos inimigos, os exércitos iriam sair de entre as muralhas, um erro crasso, pensou Donny.

Agitaram-se bandeiras vermelhas e os homens revezaram-se os que estavam na frente recuaram e vieram outros para a frente, esses empunhavam lanças duas vezes maiores do que eles, mas só se via a ponta em frente ao escudo, os homens de verde nas colinas eram agora muitos mais do que aqueles que à pouco via, estavam bem camuflados, pensou ele, ao ver que todos tinham arcos e flechas pronta a disparar, os homens da Águia iriam cair numa cilada, devem ter estado a perguntar aos vigias o que se passava e quem respondia era o inimigo dando respostas contrárias, temia pelo seu povo, tinha mesmo de fazer qualquer coisa e rápido!

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